terça-feira, 31 de março de 2009

Mais sobre a tatuagem...


Amor como estilo de vida

Engraçado pensar como uma figura tão pequena pode ter um significado tão grande! Mas, se não fosse assim, pra mim não teria sentido passar a vida toda com uma marca que não representasse nada importante.

O primeiro significado é justamente esse: a vida toda. Um desenho que eu fiz neste local com uma caneta me fez pensar sobre um monte de coisas . Enquanto passava 2 semanas retocando com a caneta para que o desenho não se apagasse , fui gostando da idéia de não ter que retocar mais – e uma vez que me convenci, não restava mais nenhuma dúvida, somente a certeza de que, com tantas coisas na vida que são permanentes independente de estarmos de acordo ou não, é muito bom poder decidir algo que queremos que seja pra sempre.

E nesse desenrolar de idéias, fui delineando aos poucos o que meu desenho simbolizava pra mim :

Coração: apesar de simples, o fato de eu mesma ter desenvolvido o desenho já é bem importante. Mas, enfim, isso não muda o fato de este ser o símbolo do amor. Mas o amor em sua forma mais ampla – amor é respeito, amor à vida e aos seres vivos, amor à natureza, amor ao próximo, amor como a melhor maneira de conduzir nosso dia-a-dia, nossas relações, nossos sonhos – amor como estilo de vida... E o coração está em um lugar que possa sempre me lembrar, em meio ao turbilhão que é a vida , dentre todos os “pra sempre que não podemos escolher”, de nunca deixar de viver cada minuto da minha existência com amor.

O coração não fecha: isso porque não há uma definição “padrão” e nem concreta do que é amor. Não se tem controle e nem é algo que necessariamente se encerre nele mesmo.

As metades não são iguais: quase que complementando o significado acima, porque o amor nunca é igual - as pessoas nunca amam igual, o amor em um relacionamento nunca é igual ao de outro. E ainda são assim as pessoas – diferentes, e pronto. Mas isso não impede que o amor exista (as metades são diferentes mas ainda formam um coração), muito pelo contrário - amar é também amar as diferenças.

Finalmente, essas reflexões todas acerca de uma figura, e a única maneira de eternizá-la é por meio de uma tatuagem. Daí a certeza de querer que realmente esse símbolo existisse em mim enquanto eu existir foi tão inexorável : sim, uma tatuagem dói, mas que outra maneira de me lembrar que esse mesmo amor pela vida, único, que respeita as diferenças, que tanto prezo também é o mesmo que pode machucar tanto?!

quarta-feira, 25 de março de 2009

Dzwei eins - 30/11/2008

Aí vai mais um post a "conta-gotas" da Europa. Na verdade eu escrevi ele lá mesmo,com o notebook no trem (!) mas como queria ir seguindo a ordem lógica, e isso foi só na segunda etapa da viagem, queria postar depois. Bom, preferi postar logo, já que daqui a pouco eu mal vou lembrar dos detalhes do que veio antes disso na viagem. Enfim... tem histórias antes e depois disso (o final dá até o gancho, hahaha), na ordem que eu for escrevendo eu vou postando, assim que vai ser feito...
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( Dzwei eins - 30.11.08)


O trem da Alemanha parece um avião. O formato do corredor, o silêncio, a forma como não há entrada do ar de fora. Tem umas janelas enormes mas agora, “de noite” às 17:30 não se enxerga nada...De vez em quando umas luzinhas, mas a sensação é de estar voando....tem até umas turbulências...

Agora até que estou tranqüila. Pelo menos sei que ainda tenho quase três horas até ter que segurar toda a bagagem de novo, cuidar pra não deixar a mochila com o computador tombar no chão (de novo) e eu ficar tensa pelas plataformas de trem de novo.

Logo que acordei, tive certeza que minha mãe tem o tal do ciclo biológico diurno e eu sou notívaga. Quando voltamos ao hotel ontem, por mais cansada que estivesse, preferi arrumar as coisas/malas/etc esticando até mais tarde a minha pilha, ao invés de dormir e acordar mais cedo pra fazer isso – pelo simples fato de que, neste processo todo de “auto-conhecimento”, eu to percebendo que não consigo acordar mais cedo e pronto. Não sei se foi mesmo uma decisão, ou simplesmente inércia do pique do resto do dia, mas fiz isso.



Bem, enquanto eu tomava banho e fazia ou irritantes “barulhos de saquinho” as 2 da madrugada, a minha mãe dormiu – também não por decisão, mas por “motivo de força maior”, ela simplesmente desmaiou, então supus que ia acordar dali a algumas horas. Então, em plena 6 e quase sete da madrugada, acordo com os “barulhos de saquinho” agora protagonizados pela minha mãe, que acordou com uma disposição germânica de fazer cooper no Parque Humboldtalgumacoisa mesmo com os menos graus lá fora... Ao invés de me render a um mau-humor ou resmungar alguma coisa (ah, não, eu acho que resmunguei sim) eu tive a brilhante revelação de que sou notívaga e minha mãe diurna. E dormi mais uma hora enquanto ela desceu pra comer os palhacitos açucarados de quem acorda com os passarinhos.



Ainda me questiono se este ciclo é algo inerente à pessoa, com base em 2 fatos:
1- quando ia pra escola as 6 da manhã, eu ia “saltitando”, despertando quase um ódio fratricida na minha irmã mais nova que vinha logo atrás, carregando o peso daquela nuvenzinha de fumaça sobre a cabeça;
2 – hoje eu me pergunto como eu conseguia acordar pra ir pra escola tão cedo, com a contradição de que eu tenho sono cedo da noite e cedo da manhã. Acho que se existisse um ciclo biológico “quero dormir quando quiser, e até acordar” ia ser esse aí o meu, uma “dianotívaga liberal”.

Acordei enjoada, não consegui comer nada, até meu querido cereal matinal e o suco de maçã que nunca gostei tanto na vida meu estômago mandou de volta. Que droga. Último dia em Berlin e já “chamando o Hugo” no café da manhã?! Devia ser mesmo nervosismo, todo o meu discurso sobre como é bom estar sozinha, aprender a se virar e etc deve ter ido junto com o meu Kellogs, por água abaixo...Nervosismo de viajar sozinha pra Holanda, junto com nervosismo de reencontrar o Stephan com um monte de quilos a mais embaixo deste monte de roupas, uma pele horrível, cara horrível, acho que nunca me senti tão feia...Que nóia...Enfim, não comi nada até agora e por mais que tenha um snackbar ou restaurante no trem não vou sair daqui nem a pau.

Minha mãe ficou comigo o mais que podia na estação, ela ainda tinha que devolver as bicicletas, pegar as malas no hotel e ir até o aeroporto. Pelo menos não tenho vergonha e saio perguntando pras pessoas, até mesmo mais de uma vez a mesma coisa, mas às vezes dá um medinho e eu me seguro pra não chorar. Peguei o trem lá da Alexanderplatz com destino à Hauptbanhoff... Station. A primeira insegurança é que não mostrava o número do trem numa placa eletrônica que tinha lá...e na Alemanha, se o trem tá marcado pra sair às 16:18, às 16:19 já foi...!!!Perdeu, perdeu. E o medo de perder o trem? Tinha que fazer 2 baldeações e a passagem custava 110,00 Euros...perder o trem não era uma alternativa viável. Enfim, perguntei pra umas senhoras (depois de levar um “NO”(speak English?!) de um cara esperando lá tb, e confirmei o trem. Quando chegou, fui entrando correndo, carregada, sem ter idéia do que fazer com as malas, só tinha uma certeza – 16:41 era a hora que chegava à Hbf Station. Derrubei a mochila do computador de cima da mala de rodinhas tirando a mala do caminho pra um cara que ia descer. Depois uma senhora me deu a dica que as malas podiam ficar atrás do banco, mas logo já chegou a minha estação, nos religiosos 16:41 marcados.

Tinha 10 minutos pra baldeação, a plataforma já era em frente de onde o trem tinha chegado. Meu problema agora era: como vou saber o número do vagão, que é o lugar que vou sentar, reservado??? Se todos os alemães são treinados pelo McGaiver pra entrar correndo no trem e ele deixar a estação a tempo, olhei para minha pilha de malas, para aquela plataforma de uns 50 metros de comprimento e me perguntei onde raios seria o vagão 21??



Perguntei pra um casal bacana na minha frente que falou que não sabia onde era o meu, mas o deles era o 37, o meu devia ser mais pra trás...E lá fui eu, preocupada em ficar mais perto...Quando chegou o super trem ICE e parou, olhei para o vagão e nada, não achei um número específico, mas algo dizia: 160-102. Minha nossa!!!! Onde é?! Perguntei pra um cara de uniforme de trem, em inglês (??!!) – não me entendeu... lembrei do livrinho de Alemão que vim estudando no avião e gaguejei: wagoon – “dzwei eins”..?? (É o número dois e o número um em alemão, e se pronuncia tipo “dizvái áins”...) Deu certo! Ele respondeu apontando pra frente: “Over there”. Comecei uma corrida pra ver onde ia ser o vagão, no melhor estilo Mr. Bean. Tive que perguntar pra mais umas 4 pessoas, perdi a vergonha, misturava inglês com alemão, achei uma senhora com o topo do cabelo rosa (essa em pé ali na foto de cima), bem simpática, perguntei de novo, com a passagem na mão..Dzwei eins? Ela disse com um sorriso meio irônico: Oh, Yes! Is here! Acho que menos de um minuto depois que entrei essa mesma (que no fim se revelou ser uma mulher de uniforme de trem) fechou a porta. Que medo!!Por pouco não perco o trem!

Atropelando mais calmamente agora as pessoas no corredor (pelo menos eu não era a única) fui chegando no meu lugar. E só agora no meio da viagem percebi e vale como uma dica: se vc não reserva o lugar antes, corre o risco de não ter lugar... aí vc vai sentado no corredor, ou em pé...(dá pra ver a cabecinha da mulher aí sentada no corredor encostada na minha mala!) Ufa, 2 euros a mais que valeram a pena. Outra coisa que vale a pena escolher é vagão com celular liberado, do contrário não é permitido falar no celular e se bobear não dá nem sinal, um problema a menos, já pensou não me comunicar com quem vai me buscar não sei nem onde?!




Liguei pro Stephan pra avisar o horário de chegada e uma menina (bem legal, ainda bem) sentada na poltrona do outro lado do corredor me chamou e avisou que parece que teve um acidente e atrasaremos uma hora, mais ou menos pra chegar em Duisburg, com o agravante de que se perdermos o trem talvez só consigamos pegar outro depois de 2 horas...Avisei ele de novo...Que medo...Ele ainda disse um “ It’s going to be strange to see you again”, vish tudo que eu não precisava ouvir...

PS: Stephan é o holandês que conheci na minha viagem pra Natal, que protagonizou a segunda etapa da viagem pra Europa, a Holanda!

Trabalhar para o meio ambiente é trabalhar para o mundo

Tenho um amigo que tem um blog, e desde antes de eu criar o meu ele deu a idéia de eu escrever um pouco sobre meio ambiente, lixo, consumo consciente... Quase sendo obrigada a adicionar "procrastinação" no sobrenome, demorei todo esse tempo mas no fim a inspiração pelo mês da mulher foi o que levou aos finalmentes.. Demorou, mas saiu! Aí segue o link no blog onde foi postado!!!

Valeu Tubarão! Muita luz pra vc também!


PS: essa figura foi ele mesmo que escolheu, e colocou com o post, mas eu curti tanto que quis colocar aqui também...!